1983

O Início

A EID foi criada em 8 de Junho de 1983, e foi a primeira empresa de I&D criada em Portugal, sob o patrocínio do governo português. Esta nova empresa foi construída com base numa equipa de jovens engenheiros de electrónica e telecomunicações qualificados que anteriormente trabalharam juntos no departamento de I&D de um grupo industrial português privado.

Com o apoio do Ministério da Defesa (MoD) português, a equipa aceitou o desafio de desenvolver uma gama de produtos conforme exigido pelo programa de modernização em curso das Forças Armadas no que diz respeito às comunicações. Este apoio impulsionou a consolidação interna de tecnologias de ponta, permitindo à empresa desenvolver competências fortes e reconhecidas internacionalmente, no domínio das comunicações militares.

Este marco marcou o início de uma cooperação estreita e duradoura com as Forças Armadas Portuguesas, que foi fundamental para o futuro da empresa.

1985

Os anos 80

O início da década viu o início de dois importantes programas de desenvolvimento: o transceptor tático VHF PRC-425 e a primeira geração do Sistema Integrado de Controle de Comunicações (ICCS), dedicado à automação e gerenciamento de comunicações de navios de guerra. Simultaneamente, foram dados os primeiros passos na área de programas armazenados de telefone e tecnologia de comutação digital.

A partir de 1983, o rádio táctico PRC-425 foi vendido aos milhares ao Exército Português, tanto na versão man-pack como na versão veicular. O protótipo ICCS, com comutação de circuitos, controle remoto de equipamentos e tratamento de mensagens ACP127, foi testado em campo em 1985 a bordo da fragata Roberto Ivens. Foi um dos primeiros navios da NATO equipado com um sistema de comunicações totalmente integrado, sendo o seu desempenho tão proeminente que lhe foi frequentemente atribuída a tarefa de carro-chefe das comunicações quando incorporado nas forças da NATO. O ICCS foi então considerado um dos sistemas mais avançados disponíveis no mercado mundial.

1987

Inovação contínua

Em 1987, a EID lançou o CX400, um PABX digital inteiramente desenvolvido por engenheiros portugueses, no âmbito do programa Ciência para a Estabilidade da NATO. Isto abriu caminho ao desenvolvimento de capacidades nesta área, permitindo a evolução contínua do produto e também o desenvolvimento de novas soluções, dirigidas ao mercado privado e também aos operadores de telecomunicações. O desenvolvimento do ICC-101, sistema de intercomunicação para veículos blindados, também foi concluído em 1987.

Um ano depois, antecipando as tendências tecnológicas percebidas, a EID decidiu investir na tecnologia SMD, instalando as ferramentas adequadas e garantindo a formação adequada ao seu pessoal. Esse investimento, relevante na época, proporcionou um avanço tecnológico no processo de fabricação e na miniaturização dos produtos.

Pela primeira vez em Portugal, a EID desenvolveu um Circuito Integrado de Aplicação Específica (ASIC) para ser utilizado em switches multiplexadores por divisão de tempo para efeitos de processamento em intervalos de tempo, permitindo uma redução significativa do tamanho e do consumo de energia. O uso desta tecnologia foi então estendido a equipamentos de rádio e sistemas navais.

1991

O rádio militar mais pequeno do mundo

A EID conseguiu projetar e lançar, em 1991, o menor e mais leve rádio portátil VHF robusto do mundo – o PRC-501. Este equipamento tem sido amplamente utilizado pelas tropas portuguesas envolvidas em missões de paz da NATO na Bósnia, Angola e Moçambique. Ressalta-se que o exército brasileiro adotou o transceptor PRC-501 como padrão, sendo implementado um programa de transferência de tecnologia para viabilizar sua produção, montagem e testes pela indústria de defesa local. Além disso, a tecnologia subjacente foi transferida para um parceiro da OTAN.

1994

1994-1996: novos parceiros

Em 1994 ocorreu uma mudança substancial na estrutura accionista. Dois novos sócios (INDEP, empresa pública e EDP, empresa portuguesa de produção e distribuição de energia) juntaram-se à empresa, permitindo um aumento do capital accionista para cerca de € 8,7 milhão.

No mesmo ano, uma nova geração de sistemas de tratamento de mensagens entrou em serviço. Este novo sistema informatizado, totalmente automatizado, resultou de um esforço de desenvolvimento de software de cerca de 40 anos-homem e foi de facto o primeiro projecto em Portugal baseado na linguagem de software ADA, na altura padronizada pelo Departamento de Defesa dos EUA.

2000

Reestruturação accionista

Uma nova estrutura accionista foi concluída em 2000, quando a Rohde & Schwarz se juntou à EMPORDEF e à EFACEC. O capital social foi então aumentado para 11 milhões de euros.

Ao mesmo tempo, devido à evolução permanente da tecnologia, o ICCS foi atualizado para continuar a ser uma solução competitiva e de última geração. O sistema de 5ª geração, baseado numa arquitectura distribuída suportada numa rede redundante de fibra óptica, foi lançado em 2000. Esta nova versão foi concebida para equipar os navios emblemáticos das marinhas holandesa e espanhola: as fragatas das classes De Zeven Provinciën e Álvaro de Bazán.

No ano seguinte, o sistema de gestão da qualidade da EID foi certificado pela ISO 9001.

2001

Novo logotipo, novos produtos

A empresa adotou uma nova logomarca em 2001. Com reminiscências da anterior (ambas com listras), o conjunto de diferentes formatos utilizados e os tons de azul conferem à nova logomarca um toque de modernidade, harmonia e confiabilidade. Na sequência do bem sucedido desenvolvimento conjunto do PRC-525, a parceria tecnológica com a Rohde & Schwarz deu origem a uma nova família de transceptores e receptores HF que equiparam navios e estações costeiras da Marinha Portuguesa, substituindo os equipamentos fornecidos pela EID na década de 1980.

A segunda geração do MMHS (Military Message Handling System), alinhada com o segundo lançamento do STANAG 4406, foi lançada em 2007. No mesmo ano, a empresa lançou o ICC-201, uma nova versão de sistemas de comunicação veicular apresentando, além da comutação típica de voz e dados, voz sobre IP, controle remoto via rádio, roteamento IP e comutação Ethernet. Estes sistemas podem ser encontrados a bordo dos veículos blindados do tipo Pandur utilizados pelas Forças Armadas Portuguesas que estão actualmente a ser vendidos no mercado externo, nomeadamente no Médio Oriente.

O desenvolvimento de uma nova geração de centrais digitais e telefones de campo foi concluído em meados de 2008. Surpreendentemente, o primeiro contrato de fornecimento destas unidades não foi assinado com as Forças Armadas Portuguesas, mas com o Exército da Malásia. O equipamento também foi adotado por Exércitos de outros países, como, por exemplo, Egito, Bangladesh, Bahrein e Emirados Árabes Unidos.

2012

Inflar a pasta: clientes, produtos

O ano de 2012 assistiu à inclusão de três novos membros no clube de utilizadores do ICCS – as marinhas da Austrália, da Indonésia e da Malásia – bem como ao lançamento do primeiro membro da família de rádios pessoais TWH, elementos-chave do equipamento soldado do futuro. AQAP2110, a certificação de qualidade NATO, foi concedida à EID também em 2012.

No ano seguinte, foi concluído o projeto do ICC-251, um sistema de intercomunicação veicular compacto, também adequado para pequenas embarcações, e o produto entrou em fase de produção.

No final de 2014, a EID lançou a 6ª geração do SICC, um conceito baseado em IP com múltiplos novos recursos avançados. Esta versão equiparia as fragatas Polivalentes das Marinhas Portuguesa, Holandesa e Belga, ao abrigo de um contrato comum adjudicado à EID no início de 2015. O âmbito deste projeto inclui também a modernização das fragatas da classe Vasco da Gama e do HNLMS Rotterdam.

O número de navios equipados com o SICC aumentou para mais de 120. A Marinha das Filipinas foi bem-vinda ao grupo de utilizadores do SICC, agora composto por 11 nações. A versão compatível com IP da central telefónica de campo CD-116 também foi lançada em 2015. Até agora, a EID já forneceu mais de 500 centrais telefónicas de campo e 7.000 aparelhos telefônicos para diversos clientes estrangeiros.

2016

EID, uma empresa Cohort plc

Em junho de 2016, a Cohort plc, o grupo tecnológico independente com sede no Reino Unido, adquiriu uma participação maioritária na EID. Esta aquisição proporcionou a ambas as partes a capacidade de oferecer uma gama mais ampla de capacidades novas e complementares para clientes de defesa e segurança em todo o mundo.